Campinas, 25 de Abril de 2024
BIENAL SESC DE DANÇA TRAZ 67 EVENTOS PARA CAMPINAS
30/08/2017
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Festival acontece na cidade de Campinas (SP) trazendo uma mostra da Dança Contemporânea nacional e internacional. Nomes novos e consagrados compõem 67 atividades, entre espetáculos, performances, intervenções, instalações, ações formativas, oficinas, residências, exibição de filmes e lançamentos de livros. De 14 a 24 de setembro, no Sesc Campinas (Rua Dom José I, 270/333 – Bonfim, Campinas Telefone (19) 3737-1500) e outros espaços da cidade.

Consulte a programação completa no site www.sescsp.org.br/bienaldedanca.

PROGRAMAÇÃO:

ESPETÁCULOS ADULTOS (por ordem de apresentação)

ü  DO DESEJO DE HORIZINTES (Du Désir d’Horizons) | Salia Sanou (Burkina Faso)

Inspirado por oficinas de dança desenvolvidas em campos de refugiados na África, o coreógrafo de Burkina Faso, Salia Sanou traz para o palco o tema do exílio – tanto do ponto de vista territorial, como daquele interior, que todos nós carregamos no peito.  Há cinco anos, a fundação African Artist for Development utiliza a dança como instrumento de apoio psicológico para populações refugiadas em oito países africanos.  Sanou conduziu algumas dessas sessões em campos do Burundi e de Burkina Faso. A experiência o motivou a montar este espetáculo, em que se apresentam seis dançarinos, um contador de histórias e dois jovens refugiados. Em Do Desejo de Horizontes, ele mostra e nos convida a acessar nossa força de luta, resistência e desejo.

Coreografia: Salia Sanou | Intérpretes: Valentine Carette, Ousséni Dabaré, Catherine Denecy, Jérôme Kaboré, Elithia Rabenjamina, Mickael Nana, Marius Sawadogo e Asha Imani Thomas.

Dia 14, quinta-feira às 20h | Dia 15, sexta-feira às 21h30 | Galpão do Sesc Campinas | Duração: 65 minutos | Classificação etária: Livre | Ingressos: R$ 30,00; R$ 15,00 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 9,00 (credencial plena).

ü  FLESHION [aparências] | Thelma Bonavita (São Paulo/ Brasil e Alemanha)

Fleshion é uma palavra inventada para descrever a interação invisível entre moda e carne; uma corruptela das palavras em inglês fashion (moda) e flesh (carne). Neste espetáculo, a artista Thelma Bonavita, que mora em Berlim e cujo trabalho transita entre dança, moda e artes visuais encena um mix dessas linguagens. A linha condutora da obra, em que atuam duas performers, navega pelo imaginário das aparências, do impacto na compreensão, ou na falta dela, das diferenças e do poder da imagem. Segundo a diretora, o espetáculo funciona como uma espécie de “dança coleção” e traduz um desejo de tocar aquilo que é invisível a olho nu. O figurino, com tecidos sobrepostos amarrados e até pedaços de tapete usados como chapéu, é fruto de uma extensa pesquisa sobre moda feita pela artista.

Conceito, Coreografia e Performance: Thelma Bonavita | Colaboração Coreográfica e Performance: Marcela Reichelt | Música: Katrina Burch a.k.a Yoneda Lemma e colaboração de Donatas Tubutis.

 

Dia 15, sexta-feira às 18h | Dia 16, sábado às 18h | MIS – Museu da Imagem e do Som | Duração: 60 minutos | Classificação etária: 16 anos | Ingressos: R$ 20,00; R$ 10,00 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 6,00 (credencial plena).

ü  VIAGEM A UMA PLANÍCIE ENRUGADA | Gustavo Ciríaco (Rio de Janeiro/ Brasil e Uruguai)

A encenação é o segundo capítulo da trilogia iniciada com Gentileza de um Gigante, de Gustavo Ciríaco. Inspirado no livro Primavera Silenciosa (1962), de Rachel Carson, sobre os efeitos nocivos de pesticidas no meio-ambiente, Ciríaco discute a relação entre o homem e a natureza – em seus aspectos positivos e, principalmente, negativos. No espetáculo, o foco do artista é relembrar os piores desastres ambientais causados pelo homem nos últimos cinquenta anos. Aqui, novamente, um homem e uma mulher constroem paisagens naturais em miniatura sobre uma superfície. Diante da plateia, o casal vai levantando e desfazendo panoramas, que envolvem animais, árvores e vales. Com seus corpos gigantes em relação às peças que manipulam, os dois se tornam figura e fundo ativos.

Concepção e Direção: Gustavo Ciríaco | Performance e Colaboração: Natália Viroga e Gustavo Ciríaco.

Dia 15, sexta-feira às 20h | Ginásio do Sesc Campinas | Duração: 40 minutos | Classificação etária: 16 anos | Ingressos: R$ 20,00; R$ 10,00 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 6,00 (credencial plena).

ü  ALLA PRIMA | Tiago Cadete (Rio de Janeiro/ Brasil e Portugal)

Em um espetáculo solo intimista e ousado, Tiago Cadete leva para o palco uma pesquisa sobre a representação do corpo na história da arte brasileira. Pinturas retratando corpos negros, indígenas e brancos, que, em mais de cinco séculos de história, formaram conceitos sobre nosso país e a brasilidade. A performance conta com a projeção de textos e imagens sobre o corpo do artista, cuja pele serve de suporte para desenhos que se assemelham a pinturas. Alla prima, o nome da obra, é também o termo técnico para descrever uma pintura em que o artista aplica sobre a tela camadas de tinta sem esperar o tempo de secagem, causando uma sobreposição de cores e imagens. Aqui, é o corpo de Cadete que faz o papel de tela, acumulando diferentes representações dos corpos brasileiros.

Direção artística: Tiago Cadete | Solo: Tiago Cadete.

Dia 15, sexta-feira às 20h | Dia 16, sábado às 20h | Teatro do Sesc Campinas | Duração: 50 minutos | Classificação etária: 16 anos | Ingressos: R$ 20,00; R$ 10,00 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 6,00 (credencial plena).

ü  DANÇA DOENTE | Marcelo Evelin (Piauí/ Brasil)

O espetáculo apresenta a impactante mistura da dança Butô com os movimentos do candomblé. Admirador do trabalho de Tatsumi Hijikata (1928-1986), um dos criadores do Butô na década de 1970, o coreógrafo piauiense Marcelo Evelin visita e estuda o Japão desde 2011. Nesta montagem, ele homenageia o último trabalho do mestre japonês, o livro A Dançarina Doente (daí o nome da peça), em que Hijikata relata suas memórias. Os bailarinos do espetáculo são adornados por quimonos, rendas brancas, máscaras e colares e, assim, fazem referência de um lado ao expressionismo e surrealismo da dança japonesa e, de outro, ao universo do candomblé. A apresentação tem um tom fantasmagórico, e uma das ideias é remeter às noções de morte e doença. Evelin encara a “doença” como um processo de transformação física e emocional, que atravessa também questões do nosso cotidiano.

Concepção e Elenco: Marcelo Evelin/Demolition Incorporada | Produção: Materiais Diversos + Regina Veloso/Demolition Incorporada.

 

Dia 15, sexta-feira às 21h30 | Dia 16, sábado às 21h30 | CIS Guanabara – Gare | Duração: 90 minutos | Classificação etária: 18 anos | Ingressos: R$ 20,00; R$ 10,00 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 6,00 (credencial plena).

ü  GENTILIZA DE UM GIGANTE | Gustavo Ciríaco (Rio de Janeiro/ Brasil e Portugal)

Num palco escuro, dois intérpretes nus, um homem e uma mulher, constroem paisagens em miniatura, em cima de uma mesa de arquiteto. O casal monta e desmonta cenas da natureza, utilizando materiais como areia, água, fogo, terra, papel e bonecos de animais. Não há música, os dois artistas não se falam, a mesa de madeira tem uma instabilidade calculada, e a dinâmica do espetáculo concentra-se na (des)construção gradual de maquetes com vales, montanhas, árvores e rios.  Criada pelo carioca Gustavo Ciríaco, Gentileza de um Gigante, fala da relação do homem com a natureza e do caminhar do mundo independente da ação humana. Os corpos expostos, o silêncio e os panoramas diminutos e efêmeros mostram, de forma delicada, o constante e paradoxal confronto entre um mundo criado pelos homens e outro, que se desenvolve à margem das interferências humanas.

Concepção, Direção e Coreografia: Gustavo Ciríaco | Performers e Colaboradores: Ana Trincão e Tiago Barbosa.

Dia 16, sábado às 20h | Ginásio do Sesc Campinas | Duração: 60 minutos | Classificação etária: 16 anos | Ingressos: R$ 20,00; R$ 10,00 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 6,00 (credencial plena).

ü  TUDO JUNTO (Todo Junto) | Juan Onofri Barbato (Argentina)

Neste trabalho, o coreógrafo argentino Juan Onofri Barbato propõe o encontro do erudito com o popular e todo estranhamento que essa experiência pode causar. Em plena rodoviária, dois artistas com formações e linguagens distintas se encontram. Um deles, Santiago Torricelli, é um pianista erudito. O outro, Lucas Yair Araujo, dançarino urbano, adepto da estética da street dance e do break. Ao som de fragmentos da Sonata Opus 31 no. 2, de Beethoven, tocada por Torricelli ao piano, eles apresentam uma performance que evidencia as diferenças e a heterogeneidade dos corpos e histórias de seus intérpretes, criando um ritual tão extremo quanto provisório.

Performer: Lucas Yair Araújo | Música Original e Interpretação: Santiago Torricelli | Ideia e Direção: Juan Onofri Barbato.

Dia 16, sábado às 14h | Dia 17, domingo às 14h | Terminal Rodoviário de Campinas | Dia 19, terça-feira às 20h | Dia 20, quarta-feira às 20h | Casa do Lago – Unicamp | Duração: 20 minutos | Classificação etária: Livre | Grátis.

ü  COMPOSIÇÃO PARA ESCULTURAS E UM CORPO | Néle Azevedo e Marina Tenório (São Paulo/ Brasil)

“Quanto calor despende um corpo para animar um espaço?” Partindo dessa questão, a artista plástica Néle Azevedo e a coreógrafa Marina Tenório propõem uma instalação-performance que evidencia o território de passagem, de transição, e reflete sobre a impermanência da vida, a intersecção entre o material e o imaterial, o físico e o imagético, o transparente e o opaco, o momento presente e o que se mantém na memória.  Na montagem, Tenório se movimenta e se relaciona com dezenas de esculturas de corpos fundidas em gelo com cerca de 1,10 metros, suspensas por fios de nylon. O corpo vivo dialoga com o corpo-gelo em processo de derretimento e transformação, expondo a fragilidade de ambos. A trilha sonora concebida pelo músico Thomas Rohrer ajuda a compor o clima, enquanto performer e esculturas se ressignificam com a ação do tempo.

Concepção e Instalação: Néle Azevedo | Codireção e Performance: Marina Tenório | Elenco: Marina Tenório e Thomas Roher (composição musical ao vivo).

Dia 16, sábado às 19h30 | Dia 17, domingo às 19h30 | CIS Guanabara – Armazém | Duração: 90 minutos | Classificação etária: 14 anos | Ingressos: R$ 20,00; R$ 10,00 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 6,00 (credencial plena).

ü  BIG BANG | Gen Danza (Uruguai)

Um concerto de dança contemporânea que tem como ponto de partida a ciência, a cosmologia e a física. A representação da criação do universo pela dança, a tradução no corpo dos bailarinos dos movimentos de multiplicação das moléculas. Todas essas ideias estão no centro de Big Bang, espetáculo que promove uma dissolução das fronteiras entre música e performance para questionar o nosso lugar no mundo.  O grupo teve a colaboração de especialistas em física e em robótica, para o entendimento de conceitos e processos que, depois, foram incorporados ao espetáculo.  A iluminação conta com recursos inovadores, que permitem o uso de sombras e pontos de luz espalhados pelo palco, criando interessantes efeitos de perspectiva.

Direção: Andrea Arobba | Artistas Criadores: Andrés Cototo Cuello, Bruno Brandolino, Catalina Lans, Celia Hope Simpson, Gianni Penna, Josefina Díaz, Juan Chao, Juan Miguel Ibarlucea, Laura Rodriguez, Lucía Gatti, María Pintado, Mario Gulla, Nicolás Parrillo e Santiago Bone | Técnico de Luz e Adaptação para Turnê: Santiago Rodriguez Tricot | Produção da Turnê: Cecilia Lussheimer.

 

Dia 16, sábado às 21h30 | Dia 17, domingo às 20h | Galpão do Sesc Campinas | Duração: 75 minutos | Classificação etária: Livre | Ingressos: R$ 30,00; R$ 15,00 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 9,00 (credencial plena).

ü  CAMPEONATO INTERDRAG DE GAYMADA | Coletivo Toda Deseo (Minas Gerais/ Brasil)

Uma intervenção urbana que pretende criar um espaço de convivência e diversidade a partir do tradicional jogo da queimada. Sim, aquele jogo de rua da era analógica. Essa é a proposta da Campeonato Interdrag de Gaymada, do coletivo Toda Deseo. Do “corpo de baile” fazem parte transexuais, gays, gente fantasiada, maquiada e de peruca, todos absolutamente pilhados. E, para deixar tudo ainda mais animado, uma DJ, além de cheerleaders e uma juíza, “lacram” a partida. Nos intervalos, o coletivo relembra os casos de agressões e mortes geradas pela discriminação no Brasil, numa iniciativa de combater o preconceito. Mas, apesar da desgraça, é a graça que dá o tom do jogo. Desde 2013, o grupo já reuniu mais de 15 mil participantes em suas ‘gaymadas’.

Direção Artística: Rafael Lucas Bacelar e Ronny Stevens | Coreografia: Ronny Stevens e Thales Brener Ventura | Elenco: David Maurity, Ju, Abreu, Idylla Silmarovi, Ronny Stevens e Thales Brener Ventura.

Dia 16, sábado às 15h | Minicampo do Sesc Campinas | Dia 20, quarta-feira às 12h | Marco Zero | Duração: 150 minutos | Classificação etária: Livre | Grátis.

ü  SOBRE KAZUO OHNO (About Kazuo Ohno) | Takao Kawaguchi (Japão)

Sem nunca ter visto Kazuo Ohno (1906-2010) no palco e nem mesmo aprendido butô, o artista japonês Takao Kawaguchi consegue se transmutar no mestre da tradicional dança japonesa. Ex-integrante do grupo multimídia Dumb Type, Kawaguchi se colocou o desafio de copiar de forma precisa a dança de Ohno a partir de registros em VHS de seus clássicos. No espetáculo, ele questiona conceitos como autenticidade, memória e originalidade da cópia. Uma homenagem a um dos grandes nomes da dança japonesa, Sobre Kazuo Ohno é também uma negação da essência do butô, cujo princípio fundamental era de que a arte deveria resultar de um processo de criação pessoal, intrínseco ao artista, e Kawaguchi se confronta com o dançarino a partir do exterior, se projetando em suas formas, seus gestos e caretas, sem nunca ter acesso a seu mundo interior.

Direção Artística Coreografia e Atuação: Takao Kawagushi.

Dia 17, domingo às 21h | CIS Guanabara – Gare | Duração: 110 minutos | Classificação etária: 16 anos | Ingressos: R$ 30,00; R$ 15,00 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 9,00 (credencial plena).

ü  PÃO COM LINGUIÇA | Entretantas (Brasil e França)

Uma “barbárie dançada”, segundo definição de seus diretores, Pão com Linguiça leva para o palco um clima de churrasco na laje, de festa, de carnaval e de desbunde. Tendo como base uma colagem sonora com trechos de grandes sucessos da música popular (de Alcione a Nina Simone), os coreógrafos Gladis Tridapalli e Ronie Rodrigues criam uma coreografia sobre amor, luto, ordem, progresso e golpe. O espetáculo começou a ser gestado em 2015, em um processo longo e a distância, já que Gladis mora no Brasil e Ronie, na França. Impactados pelo clima político do país, com manifestações tomando as ruas das cidades, eles lançam um apelo para que se continue criando dança, como uma linguagem capaz de intervir, alterar e transformar os indivíduos, tendo o humor como principal aliado.

Direção Artística: Gladis Tridapalli e Ronie Rodrigues | Coreografia: Gladis Tridapalli e Ronie Rodrigues | Elenco: Gustavo Bitencourt, Erica Mityco, Claudinho Castro, Ronie Rodrigues e Gladis Tridapalli.

Dia 19, terça-feira às 21h30 | Ginásio do Sesc Campinas | Duração: 40 minutos | Classificação etária: 18 anos | Ingressos: R$ 20,00; R$ 10,00 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 6,00 (credencial plena).

ü  Ó | Cristian Duarte (São Paulo/ Brasil e Alemanha)

A pesquisa realizada desde 2011 por Cristian Duarte no âmbito da residência artística Lote Osso chega a sua quinta edição com Ó, espetáculo que investiga o minimalismo na dança e o caráter sensorial dos movimentos. Em um espaço plano, sem o relevo do palco, público e artistas se misturam em uma performance que aposta numa dramaturgia tátil, criando um ambiente de empatia e percepção de afetos.  A atmosfera intimista é reforçada pela trilha sonora de Tom Monteiro, um discreto ruído branco, e pela iluminação a meia-luz de André Boll. O mito grego de Orfeu, que perde sua amada Eurídice ao olhar para trás quando tentava resgatá-la do mundo dos mortos, serve de inspiração para a peça, que contou também com a colaboração da companhia alemã CocoonDance (Bonn).

Coreografia e Direção: Cristian Duarte | Cocriação e Coprodução: Aline Bonamin, Bruno Levorin, Cristian Duarte, Felipe Stocco e Tom Monteiro | Dança: Aline Bonamin e Felipe Stocco | Produção: Cristian Duarte em companhia e Lote Osso.

Dia 19, terça-feira às 19h30 | Dia 20, quarta-feira às 19h30 | CIS Guanabara – Armazém | Duração: 75 minutos | Classificação etária: 12 anos | Ingressos: R$ 20,00; R$ 10,00 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 6,00 (credencial plena).

ü  FOLKSVOCÊ AINDA ME AMARÁ AMANHÃ? (Will you steal love me tomorrow?) | Alessandro Sciarroni (Itália)

O italiano Alessandro Sciarroni inspirou-se na dança folclórica Schuhplatter, nascida na região do Tirol – fronteira entre a Itália e a Áustria – para criar uma coreografia de percussão hipnótica, produzida essencialmente por batidas repetidas das mãos dos bailarinos em seus sapatos, pernas, troncos e braços. O som ritmado das palmas, em conjunto com outro, pungente, acionado pelo sapateado do elenco num tablado de madeira, remete a uma certa ancestralidade, circularidade e, segundo o coreógrafo Sciarroni, também a memórias religiosas. Formado por seis jovens bailarinos, o elenco apresenta um vigor típico dos atletas. Fortes e magros, eles pulam, além de batucar, quase a apresentação inteira, que tem duração de mais de uma hora. Os músculos suados, sincronizados e sonorizados produzem uma eletricidade impactante.

Criação e Dramaturgia: Alessandro Sciarroni | Ínterpretes: Cristian Balzama, Anna Bragagnolo, Marco D'Agostin, Pablo Esbert Lilienfeld, Francesca Foscarini, Leon Maric, Matteo Ramponi e Francesco Vecchi | Música Original: Pablo Esbert Lilienfeld | Vídeo e Imagens: Matteo Maffesanti | Lighting Design: Rocco Giansante | Técnica e Luzes on tour: Cosimo Maggini e Valeria Foti | Figurinos: Ettore Lombardi | Produção: Lisa Gilardini e Chiara Fava.

Dia 19, terça-feira às 20h30 | Dia 20, quarta-feira às 20h30 | Teatro Castro Mendes | Duração: 90 minutos | Classificação etária: 14 anos | Ingressos: R$ 30,00; R$ 15,00 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 9,00 (credencial plena).

ü  BOCA DE FERRO | Marcela Levi e Lucía Russo (São Paulo/ Brasil e Argentina)

Darth Vader encontra-se com Dante Alighieri ao som do tecnobrega paraense para, juntos, criarem memes da internet. É essa mistura bem-humorada de referências tão diversas que serve de base para Boca de Ferro, encenado pelo paraense Ícaro dos Passos Gaya e dirigido pela carioca Marcela Levi e pela argentina Lucía Russo. O resultado da combinação é uma dança irreverente, sensual e provocadora. Com esses ingredientes, o performer Ícaro Gaya apresenta um solo que traduz em movimentos frenéticos os humores, ambiguidades e contradições da vida contemporânea. O título do espetáculo é uma referência às equipes de aparelhagem musical do Pará, cujas caixas de som são apelidadas bocas de ferro. A trilha sonora alterna clássicos do estilo paraense com momentos de silêncio.

Direção Artística: Marcela Levi e Lucía Russo | Performance e Cocriação: Ícaro dos Passos Gaya | Realização Artística e Produção: Improvável Produções.

Dia 20, quarta-feira às 21h30 | Ginásio do Sesc Campinas | Duração: 50 minutos | Classificação etária: 16 anos | Ingressos: R$ 20,00; R$ 10,00 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 6,00 (credencial plena).

ü  TÍTULO EM SUSPENSÃO | Eduardo Fukushima (São Paulo/ Brasil)

No solo Título em Suspensão, Eduardo Fukushima dá continuidade à sua pesquisa sobre a sutileza e precisão do movimento. Quase sempre sentado no chão sob um facho de luz, o artista encena uma coreografia minimalista, minuciosa e precisa, enquanto maneja pedras, paus e chocalhos ao som de ruídos de avalanches e assovios. Com o público sentado ao seu redor, lembrando a dinâmica de uma fogueira, ele evoca simbologias da ancestralidade e da circularidade. A peça foi elaborada com base em experiências do artista no Brasil e em residências artísticas na Alemanha e no País Basco. Em São Paulo, ele participou de uma performance em que os corpos dos dançarinos simulavam esculturas vivas. Depois, na Europa, visitou e se apresentou em cidades em que a Inquisição teve forte atuação, onde pedras e círculos territoriais remontam a civilizações ainda mais antigas.

Direção, Criação e Dança: Eduardo Fukushima | Criação de Trilha Sonora Original: Rodolphe Alexis.

 

Dia 20, quarta-feira às 21h30 | Dia 21, quinta-feira às 21h30 | Galpão do Sesc Campinas | Duração: 45 minutos | Classificação etária: 14 anos | Ingressos: R$ 20,00; R$ 10,00 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 6,00 (credencial plena).

ü  FIO DO MEIO | Cia Gente (Rio de Janeiro/ Brasil)

A rua é o palco de Fio do Meio, projeto inédito da carioca Cia. Gente que se propõe não somente a dançar “na rua”, mas dançar “a” rua e o que mobiliza as relações que dela surgem. Com esse trabalho, o diretor Paulo Emilio Azevedo dá continuidade a uma pesquisa realizada em espaços públicos, iniciada com Meio fio (Cia. Membros, 2003) e Tetralogia cidade (Cia. Gente, 2013). A diversidade de pessoas, arquiteturas e conflitos que compõem esse cenário repleto de surpresas é parte fundamental da performance, encenada por Eduardo Hermanson e mais um artista. O título, Fio do meio, ato nº.1 (“a crise das borboletas”), é uma analogia ao tempo necessário para a maturação da vida.

Direção Artística/ Coreografia: Paulo Emílio Azevedo | Intérprete-Criador: Eduardo Hermanson “Willow” | Intérprete convidado: Lucas Zina.

Dia 20, quarta-feira às 17h30 | Dia 21, quinta-feira às 17h30 | Dia 22, sexta-feira às 17h30 | Praça Bento Quirino | Duração: 20 minutos | Classificação etária: Livre | Grátis.

ü  SOLIDÃO PÚBLICA | Adilso Machado (Santa Catarina/ Brasil)

De que forma a solidão, o vazio e a angústia se manifestam no corpo? Como esses sentimentos são elaborados em uma sociedade hiperconectada por celulares e redes sociais? Foi a partir dessas questões e inspirado pelo romance O Estrangeiro, de Albert Camus, que o bailarino catarinense Adilso Machado criou o espetáculo solo Solidão Pública.  A trilha eletrônica de Tom Monteiro, executada ao vivo, e a iluminação de Leonardo Roat, que alterna sombras e luminosidade sobre um fundo púrpura, criam uma atmosfera de tensão para os movimentos sincopados de Machado. Ex-integrante da companhia alemã Toula Limnaios, ex-membro da Cena 11 Companhia de Dança e atual diretor artístico do grupo Circar Artes do Corpo, o bailarino criou um espetáculo de grande intensidade dramática, que transpõe para os palcos sentimentos e sensações que, de certa forma, definem nossa época.

Concepção e Performance: Adilso Machado | Interlocução: Wagner Schwartz | Música: Tom Monteiro | Iluminação: Leonard Roat.

Dia 21, quinta-feira às 20h | Dia 22, sexta-feira às 20h | Teatro do Sesc Campinas | Duração: 40 minutos | Classificação etária: 14 anos | Ingressos: R$ 20,00; R$ 10,00 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 6,00 (credencial plena).

ü  COREOGRAFIA ESTUDO#1 | Michelle Moura (Paraná/ Brasil)

De que forma um simples andar pelas ruas pode se tornar uma dança? No novo trabalho de Michelle Moura, o caminhar se transforma em uma elaborada coreografia criada a partir de desenhos geométricos que provocam trajetórias, movimento e espaço entre os quatro bailarinos que caminham em um espaço aberto. O som da rua, a curiosidade dos passantes (ou a falta dela) enriquecem a performance, que se funde à rotina da cidade.  A coreógrafa se inspirou no trabalho de início de carreira das americanas Trisha Brown (1936-2017) e Lucinda Childs (1940), que propunham uma dança minimalista criada sobre partituras e desenhos. O místico russo Gurdjieff (Rússia/1866-França/1949), autor do livro Encontros com homens notáveis e pesquisador da cultura dos dervixes, é outra referência importante no trabalho.

Coreografia e Partituras: Michelle Moura | Performance: Bernardo Stumpf, Bia Figueiredo, Cândida Monte e Thaisa Marques | Som: Kaj Duncan David | Apoio/ Residência: Plataforma PLUSbrasil na Villa Walberta, Feldafing/Alemanha. NAVE, Santiago/Chile. Este projeto foi contemplado com o Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna 2014.

Dia 22, sexta-feira às 12h | Dia 23, sábado às 12h | Praça Rui Barbosa | Duração: 45 minutos | Classificação etária: Livre | Grátis.

ü  BANANAS | Núcleo Artérias (São Paulo/ Brasil)

Uma investigação sobre o desejo e o imaginário masculinos na interpretação de bailarinas mulheres. Esse é o mote de Bananas, espetáculo do Núcleo Artérias dirigido por Adriana Grechi, que pretende questionar as fronteiras entre gêneros, espectador e artista. Vestindo camisetões amplos, as performers se misturam ao público e encenam no palco movimentos que aludem a um gestual tipicamente masculino.  A obra da artista britânica Sarah Lucas, que expande dimensões de gênero e discute o predomínio do masculino na cultura contemporânea, é uma referência importante para o grupo, cujo trabalho aborda questões como instabilidade, incerteza, consumismo, identidade, espetacularização e seus reflexos no corpo e no movimento.

Concepção e Direção: Adriana Grechi | Performance e Criação: Bruna Spoladore, Lívia Seixas e Nina Giovelli | Trilha Sonora: Dudu Tsuda | Criação de Luz: André Boll.

Dia 22, sexta-feira às 18h | CIS Guanabara – Armazém | Duração: 50 minutos | Classificação etária: 16 anos Ingressos: R$ 20,00; R$ 10,00 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 6,00 (credencial plena).

ü  RASHA SHOW | Izabelle Frota, Cleyde Silva, Yang Dallas (Piauí/ Brasil)

RaSHa Show surgiu como uma intervenção na Battle Dirceu, um dos  maiores eventos da cena Hip Hop em Teresina (PI). A partir daí, tornou-se um laboratório de criação e, na Bienal Sesc de Dança 2017, será apresentado com a participação de performers locais. A performance toma emprestado e busca ampliar os sentidos de uma manifestação presente nas batalhas de break dance, o racha show, momento em que bailarinos e crews (grupos deles) disputam nos intervalos das competições oficiais sem o objetivo de encontrar um vencedor, mas para aquecer, brincar, provocar. RaSha Show convida o público a participar da performance, fazendo as vezes de juiz e decidindo quem é o vencedor da batalha! RaSha Show é brincar de ser o que quiser… na afirmação do prazer!

Direção Artística e Coreografia: Izabelle Frota, Cleyde Siva e Yann Dallas. | Elenco: Participantes da convocatória.

Dia 22, sexta-feira às 17h | Espaço Arena do Sesc Campinas | Dia 23, sábado às 23h | Jardim do Galpão do Sesc Campinas | Duração: 90 minutos | Classificação etária: Livre | Grátis.

ü  CODEX MUNDO ALGODÃO | Sheila Ribeiro/Alejandro Ahmed/Tom Monteiro (São Paulo/ Brasil)

Codex é uma série da artista transmídia Sheila Ribeiro, que examina a obra de criadores importantes da dança contemporânea nacional utilizando ferramentas da cultura digital. Em Codex mundo algodão, Ribeiro tenta decodificar o pensamento artístico e o modus operandi do coreógrafo Alejandro Ahmed, diretor artístico do grupo catarinense Cena 11 Cia. de Dança. Como um hacker, que invade máquinas para entender e transcrever os dispositivos que a operam, a artista procura decifrar o trabalho de Ahmed segundo a técnica da percepção física, como ele mesmo faria. Ahmed participa da obra sugerindo caminhos dentro dos eixos propostos ao mesmo tempo em que revisita (e repensa) seu próprio trabalho. O desenho sonoro de Tom Monteiro aclimata a performance.

Plataforma (conceito): Sheila Ribeiro | Usuário (criação): Alejandro Ahmed.

Dia 22, sexta-feira às 18h | Dia 23, sábado às 18h | MIS – Museu da Imagem e do Som | Duração: 60 minutos | Classificação etária: 16 anos | Ingressos: R$ 20,00; R$ 10,00 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 6,00 (credencial plena).

ü  PARA QUE O CÉU NÃO CAIA | Lia Rodrigues Companhia de Danças (Rio de Janeiro/ Brasil)

Segundo relato do xamã Davi Kopenawa, o mito yanomami do fim do mundo diz que, rompida a harmonia da vida no universo, o céu desabará sobre todos os que estão embaixo dele (e não apenas os povos indígenas). Diante de uma era de barbárie e catástrofes ambientais, o que podemos fazer para, de alguma forma, segurar esse céu, impedindo-o de cair sobre nossas cabeças? Pensando nessa questão, a coreógrafa Lia Rodrigues propõe uma dança para “sustentar” o céu e fazer a vida seguir pulsando na Terra. A concepção do espetáculo teve início com um projeto realizado pela companhia dentro da favela da Maré, no Rio, onde a coreógrafa atua há mais de dez anos. Bailarinos e jovens alunos da Escola Livre de Dança da Maré criaram uma série de exercícios coreográficos a partir de indagações sobre o presente da comunidade e o futuro do planeta.

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