As pessoas compravam apartamentos, pois eram locais mais difíceis de serem assaltados, mas, nos últimos anos, vivenciamos quase que diariamente a divulgação de um novo assalto ou arrastão em condomínios. Mas por que esses assaltos correm tanto? Falha na estrutura, falta de cumprimento das normas de acesso e segurança, comportamento do morador, quadrilhas altamente especializadas? Neste caso, todas as alternativas estão corretas.
ESTRUTURA FÍSICA
Antigamente prédios não tinham uma estrutura complexa para entrada e saída de moradores e prestadores de serviço. Em alguns bairros mais tradicionais das grandes capitais ainda é possível encontrar edifícios onde a portaria se resume a uma mesa no hall de entrada com um funcionário. Hoje, os modelos evoluíram e surgiram as guaritas (algumas delas blindadas) equipadas com monitores, controles de acesso e estrutura completa com banheiro e minicozinha para que o funcionário não deixe o local. Este é o modelo ideal de guarita, que deve estar posicionada a uma altura e distância da rua para boa visualização e, se possível, estar inserida em um sistema de clausura. A guarita é o primeiro alvo de uma ação criminosa, por isso, caso ela não tenha uma estrutura correta, aumenta a chance de um condomínio ser assaltado.
CONTROLE DE ACESSO
Há quem pense que colocar uma clausura na portaria você já está realizando o controle de acesso. O controle de acesso vai muito além disso. Ele começa com as regras e normas estabelecidas pelo condomínio e se torna eficaz com treinamento do funcionário. Só deve ter acesso às dependências do condomínio, funcionários, moradores, e pessoas autorizadas por esses. No caso da garagem, antes de abrir o portão, o porteiro deve identificar o motorista e observar se não há risco de entrar alguém com atitudes suspeita.
Ao contrário do muitos imaginam investir em segurança eletrônica não é caro. O ideal é que um condomínio tenha cercas elétricas, iluminação adequada, portões eletrônicos, CFTV (Câmeras), alarmes e monitoramento 24h. Outros itens como biometria, são ótimos complementos, principalmente no controle de acesos. A segurança eletrônica deve fazer parte de um projeto de segurança patrimonial e as pessoas que o operam devem ser treinadas e aptas para atender e solucionar contratempos.
QUADRO DE FUNCIONÁRIOS
Qualquer funcionário despreparado traz preocupação, desconforto, situações embaraçosas e indesejadas. Os funcionários que trabalham para o condomínio devem estar aptos a cumprir sua função e devem se adequar as regras de segurança do local. Exemplos: um faxineiro, ao retirar o lixo, jamais deve deixar portões abertos; o porteiro não deve deixar o posto de trabalho (por isso indicamos que a guarita deve ser um ambiente preparado); o segurança deve ser de uma equipe treinada e deve ficar alerta. Se seu condomínio optar por terceirizar esses serviços com uma empresa, certifique que a mesma cumpra todas as leis e realiza treinamentos e cursos periódicos com seus colaboradores.
MORADORES
Parte chave de um projeto de segurança, pois quando uma quadrilha está apta a assaltar um condomínio, eles estudam muito o perfil do morador. Buscam em redes sociais, monitoram horários de entrada e saída, e qualquer deslize, é uma oportunidade para uma ação criminosa. A maioria das ocorrências que poderia ser evitadas, resultam do não cumprimento de normas e procedimentos de segurança ou de falhas cometidas pelos moradores e seus funcionários. Por isso, o morador também deve seguir as normas de segurança do condomínio, avisar ao porteiro quando espera alguma encomenda, visita de familiar ou prestador de serviço, e evitar expor sua rotina em redes sociais, principalmente quando vai viajar.
Alexandre Judkiewicz - Especialista em segurança