Campinas, 04 de Maio de 2024
VERÃO CHEGA COM ALERTA DO MOSQUITO Aedes aegypti
28/01/2017
Notícia publicada na edição n.105 do Jornal Alto Taquaral
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Cisternas de garagens dos prédios do bairro Mansões são vistoriadas

Em dezembro foi confirmado um caso de dengue no bairro Vila Nova e em janeiro há casos suspeitos em investigação nos bairros Mansões Santo Antonio, Chácaras Primavera e Santa Cândida. Segundo Tessa Roesler, coordenadora do Programa de Prevenção e Controle da Dengue de Campinas um dos vilões tem sido as cisternas das garagens subterrâneas dos prédios. “No final das rampas há um ralo que capta a água das chuvas em uma cisterna, de onde a água das chuvas é drenada por meio de bombas. Se essas cisternas não estiverem bem vedadas, se tornam um criadouro potencial nos prédios”, explica.

“Ói Nóis Aqui Traveis”

O vilão da estação já tem nome e sobrenome: Aedes aegypti. O mosquito é um velho conhecido dos campineiros, mas a população ainda tem dúvidas sobre as três doenças que ele pode transmitir: dengue, febre chikungunya e zika – enfermidades com sintomas parecidos, mas com consequências diferentes. Agora, um novo temor é que a febre amarela chegue aos centros urbanos, onde o mosquito transmissor é o mesmo. O período de maior risco é entre outubro e maio, período em que o mosquito fica mais ativo pois encontra as condições ideais de reprodução com calor e chuva. 

CRIADOUROS ESCONDIDOS

Os técnicos alertam: observe se há mosquitos em casa. Se tiver, é porque tem criadouros próximos. Além dos criadouros comuns e bastante divulgados - como as embalagens plásticas jogadas nos quintais, pneus ou pratos dos vasos de plantas – o oportunista Aedes tem encontrado locais favoráveis e mais ocultos para colocar seus ovos. É o caso das caixas d´agua, calhas, ralos, bandeja do ar condicionado, entre outros mais difíceis de perceber ou vistoriar. Por isso, a recomendação é “cada um cuidar bem do seu pedaço”.  

Como há muitas chácaras e obras na região, as equipes de fiscalização têm feito vistorias técnicas periódicas. Mesmo assim, a chegada do verão e das chuvas preocupa, pois são a combinação ideal para a proliferação do mosquito. “Os ovos podem ficar em locais secos por até um ano e meio, se eles tiverem novamente contato com a água voltam a reproduzir as larvas”, conta Tessa. Senão houvesse criadouros disponíveis, não haveria infestação. Até o final de abril o repasse de verbas federais garante equipes de vistoria em toda a cidade aos sábados.

NÚMEROS EM CAMPINAS

Em Campinas, o último boletim divulgado oficialmente foi em 24 de novembro, consolidando os casos de dengue: foram 8.306 casos suspeitos em 2016. Destes, 3.388 casos foram confirmados, 4.317 descartados e 836 estão em investigação. Entre os casos confirmados, 722 são da região Leste (há outros 89 em investigação), abrangendo 10 Centros de Saúde (CS). Dos confirmados, 127 foram registrados na área do CS Taquaral, 10 no CS Costa e Silva e 65 no CS São Quirino, mas sem mortes. 

O município confirmou também 500 casos de zika vírus nesse ano. Destes, 44 casos foram confirmados laboratorialmente e 456 por critério clínico epidemiológico. Os casos autóctones por área de abrangência demonstram que há a presença do vírus Zika circulando em 60 centros de saúde, sendo 66 confirmados na região Leste. No CS Taquaral foram notificados 15 casos, no  Costa e Silva 14 e 6 no S. Quirino. Há um total de 65 crianças notificadas com microcefalia em Campinas.

Também foram notificados nesse ano (2016) 41 casos de chikungunya na cidade, sendo que seis casos importados  foram confirmados, 18 foram descartados  e 17 estão em investigação. A Secretaria de Saúde não informou a localização, e negou a existência casos autóctones até 19/11.

SINTOMAS E VACINAS

A Dengue e a Chikungunya têm sintomas e sinais parecidos. Enquanto a Dengue se destaca pelas dores nos corpo, a Chikungunya se destaca por dores e inchaço nas articulações. Já a Zika se destaca por uma febre mais baixa (ou ausência de febre), muitas manchas na pele e coceira no corpo.

Além do combate ao mosquito transmissor das três doenças, até o momento, só há vacina disponível no Brasil contra a Dengue. Lançada em julho deste ano no Brasil, a primeira vacina contra Dengue aprovada no mundo é indicada para indivíduos entre 9 e 45 anos e são necessárias três doses, com intervalo de seis meses entre cada uma delas. A vacina está disponível na rede particular de todo o País.

AMEAÇA DA FEBRE AMARELA

Atualmente, o Brasil tem registrado casos de febre amarela silvestre em 19 estados, sem nenhuma ocorrência em área urbana (desde 1942 no Acre). Sua manifestação é idêntica em ambos os casos de transmissão, pois o vírus e a evolução clínica são os mesmos. A diferença está apenas nos transmissores: no ciclo silvestre - em áreas florestais - o vetor da febre amarela é principalmente o mosquito Haemagogus. Já no meio urbano, a transmissão se dá através do mosquito Aedes aegypti (o mesmo da dengue).

A vacinação deve ser feita, segundo agentes de saúde, apenas em quem mora nas áreas de recomendação da vacina ou que viajam para essas localidades. O Ministério da Saúde disponibiliza no seu site um mapa com essas regiões, onde a vacina já faz parte do Calendário Nacional de Vacinação do SUS (uma dose aos noves meses de idade e um reforço aos quatro anos). Além do homem, a infecção pelo vírus também pode acometer outros vertebrados, como o macaco.

A febre amarela é uma doença infecciosa grave e as primeiras manifestações são repentinas: febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos por cerca de três dias. A maioria dos infectados se recupera bem quando diagnosticado.

Os vírus invadem os vasos linfáticos e caem na circulação infectando as células do fígado, rins, coração, pulmões, a mucosa do sistema digestivo e até do cérebro. A pele e os olhos ficam amarelados. Por isso o nome febre amarela. Os sintomas podem confundir com uma virose banal e regredir espontaneamente, ou podem levar a complicações graves e morte.

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